Motorista de app é morto por jovem com quem tinha relação, diz polícia
18/11/2024
Segundo investigação, suspeito matou Gilvan Ostemberg de Souza após sair com ele para beber. Vítima e suspeito mantinham um relacionamento há cinco meses, conforme Polícia Civil. Suspeito e vítima estavam no carro antes do motorista de app desaparecer, diz polícia
O motorista de aplicativo Gilvan Ostemberg de Souza, de 38 anos, foi morto a facadas por Francinaldo Silva Guimarães, de 26 anos, com quem mantinha um relacionamento há cerca de cinco meses, de acordo com o delegado João Paulo Mendes. Segundo as investigações, o crime aconteceu após ambos saírem para beber, em Goiânia.
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O assassinato aconteceu em 3 de novembro deste ano. A identidade do suspeito foi divulgada em conformidade com a Lei nº 13.869/2019, com o objetivo de identificar novas vítimas, de acordo com a PC.
A defesa de Francinaldo declarou ao g1 que nega os fatos e que provará a inocência do cliente no tribunal do juri. A declaração foi dada por Cleiton Vieira Conceição, advogado de Francinaldo.
Em depoimento, o suspeito permaneceu em silêncio. Antes, à polícia, ele alegou que a vítima tentou estuprá-lo. No entanto, o delegado João Paulo Mendes considerou a versão apresentada "bastante fragilizada".
"Essa versão está bastante fragilizada, tendo em vista que eles já se relacionavam amorosamente, se conheciam e haviam saído juntos em outras ocasiões. Eles já mantinham um caso, uma relação homoafetiva, e se relacionavam amorosamente há cerca de cinco meses. O amigo da vítima, que prestou depoimento, deixou isso claro", destacou o delegado.
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Francinaldo Silva Guimarães (E) e Gilvan Ostemberg de Souza (D), em Goiás
Divulgação/Polícia Civil de Goiás e Reprodução/Redes sociais de Gilvan
Investigação
De acordo com as investigações, a polícia iniciou as apurações após a família de Gilvan registrar o desaparecimento dele. Segundo o delegado, embora os familiares acreditassem que ele tivesse saído para trabalhar como motorista de aplicativo, foi constatado que Gilvan, na verdade, saiu de casa para beber com Francinaldo.
"Ele saiu de casa, encontrou-se com um amigo, passou por bares e distribuidoras, acompanhado desse amigo, e depois desapareceu. Assim, inicialmente, recaiu uma forte suspeita sobre essa pessoa, que estava com ele nos últimos momentos de vida", explicou o delegado.
O delegado informou ao g1 que, no dia do crime, o suspeito usou o carro de Gilvan para ir até a casa da vítima, pegar seus pertences pessoais e fugir. O corpo do motorista foi encontrado no último sábado (9), às margens da GO-020, em Bela Vista de Goiás.
Devido ao avançado estado de decomposição, a identificação inicial do corpo foi feita pelas roupas que Gilvan usava no dia do desaparecimento. O carro da vítima, usado pelo suspeito na fuga, foi localizado na última quarta-feira (13), em Cristalina, no Entorno do Distrito Federal. O veículo havia sido vendido a um ferro-velho, segundo a polícia.
Francinaldo Silva Guimarães é natural do estado do Pará e tentou fugir para sua terra natal após o crime, conforme apurado pela polícia. Em conversa informal com os policiais, ele alegou que Gilvan tentou "se engraçar" com ele e, por isso, cometeu o crime. O jovem alegou ainda desconhecer a orientação sexual da vítima.
Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram os dois chegando juntos, no carro de Gilvan, a uma distribuidora de bebidas no dia do crime (assista ao vídeo no início do texto). Segundo o delegado, as imagens contradizem a versão apresentada pelo suspeito.
"Está tudo muito amistoso, muito consensual", afirmou João Paulo Mendes sobre as gravações.
O delegado também relatou que o suspeito demonstrou frieza e ausência de arrependimento ao contar sobre o crime. Ele foi mantido preso após audiência de custódia.
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